Tudo o que eu te dou
- pedrorodrigues
- há 13 minutos
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Tudo o que eu te dou, tu me dás a mim...canta o Pedro Abrunhosa. Foi assim desde o principio, quando a 10 de novembro de 2018 publiquei o primeiro texto no blog deste site.
Desde então foram 1087 textos. Falamos sobre a vida, qualidade de vida e ontem sobre o florescimento autista. Mas também sobre a morte e como as pessoas autistas a podem vivenciar, ou sobre o luto. Outros sobre o suicídio e mais especificamente sobre o suicídio no feminino e a alexitimia. Ou a ligação entre o autismo e as perturbações da conduta alimentar. Ou a camuflagem social.
Falar sobre o autismo, e mais especificamente no autismo nos adultos, não é apenas falar sobre o diagnóstico tardio, ainda que seja um tema fundamental. Como se processa a avaliação no autismo no adulto, é uma outra questão frequentemente colocada. Ou sobre a empregabilidade no autismo, e de como as empresas podem eventualmente beneficiar com a contratação de pessoas autistas. Ou sobre o recrutamento inclusivo.
E os idosos autistas? Onde é que eles estão? Quem fala sobre eles? Falar sobre autismo e pessoas autistas também é falarmos de características suas e de como devem ser integradas e normalizadas, tais como o stim. E de etapas de vida que se pensam apenas da vida das pessoas não autistas, mas que na verdade também pertence às pessoas autistas, tais como a carta de condução.
Ao longo de quase um século a investigar e intervir no autismo. Muitos dos esforços vão-se centradndo nas características de diagnóstico e nas dificuldades existentes. Mas é fundamental podermos falar de aspectos igualmente importantes e presentes na vida das pessoas autistas, tal como a gravidez.
Mas não são só textos e reflexões que fazem parte deste site. Também criamos secções sobre aspectos importantes da vida da pessoa autista. Como por exemplo, a Universidade. E como sempre acreditamos na importância de partilhar informação cientifica e válida sobre o autismo. Seja para ajudar as próprias pessoas a compreender melhor o que se passa consigo, mas também os seus familiares. Fosse para ajudar profissionais de saúde das mais variadas áreas a ter mais e melhor conhecimento sobre o autismo no adulto. Por isso criamos um lugar para que no seu próprio tempo e disponibilidade as pessoas pudessem aprender, mas também sensibilizar-se.
Ao fim de seis anos, seis meses e um dia, hoje publicamos o texto nº 1088. Têm sido 2374 dias intensos de partilha, crescimento e aprendizagem. Somos acompanhados e lidos em Portugal Continental e ilhas, mas também no Brasil Argentina, Panamá, Estados Unidos e Canadá, Africa, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita. Assim como em vários países na Europa (Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Filandia, Islandia). E longuiquamente na Austália e Japão. Muitos dos que nos acompanham e lêm são portugueses espalhados no Mundo, mas não só. Até por temos o cuidado de ir traduzindo os nossos textos em outras línguas. Para além das ferramentas online que facilitam a tradução.
No inicio do site, tal como hoje, aquilo que nos move é a necessidade e a importância de sensibilizar e informação sobre o autismo e a vida das pessoas autistas nas várias multitudes da sua vida. Uma informação cientificamente validada, mas que procura ir ao encontro da expressão da pessoa autista. Digo ao encontro porque somente a pessoa autista pode verdadeiramente falar sobre a sua vida. E esse também tem sido um imperativo neste espaço.

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