Vergoofin der flicke støøbin mit der børk-børk yubetcha !
- pedrorodrigues
- há 11 minutos
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Vergoofin der flicke støøbin mit der børk-børk yubetcha ! Não percebeu a frase do famoso chefe de cozinha dos Marretas? Não se preocupe. Ninguém percebe. Assim como também não percebo porque é que até agora não houve nenhum programa de intervenção para ajudar pessoas autistas a cozinhar! Sim, é verdade que vão começando a aparecer alguns livros com receitas mais indicadas/apropriadas para pessoas autistas. Livros estes que na maior parte das vezes são escritos por pessoas autistas que passaram por estas dificuldades na alimentação ao longo de toda uma vida. Tal como este exemplo - The Autism-Friendly Cookbook da Lydia Wilkins.
As pessoas autistas ao longo da vida passam por vários desafios e em diversas áreas da sua vida. Uma delas é a alimentação. Seja porque grande parte das pessoas autistas apresentam restrições alimentares. Muitas delas relacionadas com aspectos sensoriais, mas não só. Ou porque ingerem grandes quantidades de alimentos, principalmente aqueles considerados como preferidos ou dentro dos seus interesses mais restritos. Adicionalmente às questões do espectro do autismo, é sabido que as pessoas apresentam outras situações médicas em comorbilidade. Sejam questões relacionadas com intolerância alimentar ou alergias, mas também doenças autoimunes e imunológicas, etc.
As pessoas autistas, e devido a um conjunto variado de razões, apresentam uma maior propensão para o desenvolvimento de situações de obesidade. Situação esta que agrava vários aspectos da sua saúde fisica e psicológica. E que diminui drástica e perigosamente a sua esperança média de vida, além da sua qualidade de vida e bem estar.
Um outro aspecto que frequentemente observamos nas pessoas autistas é uma menor propensão para cozinharem. Seja porque desde muito cedo os pais receiam ensinar os seus filhos a cozinhar. Receios que se prendem com dificuldades motoras e de motricidade e que vai implicar na dificuldade de manipulação de certos objectos, nomeadamente cortantes. Ainda que estas situações tenham respostas alternativas e de treino para ultrapassar estes desafios. Ou por medo da manipulação do fogão, principalmente aqueles que ainda são a gás. Receio esse que também se alarga para a escola, muitas vezes por razões semelhantes. E que no fim da adolescência - entrada na vida aulta, faz com que muitas pessoas autistas estejam completamente longe daquilo que é preciso fazer para cozinhar. Sendo que esta percepção vai levar a que muitos deles não ergam qualquer tipo de esforço, até por razão de evitar a frustração de falhar, errar ou não fazer tal qual a receita apresentada.
Tendo em conta que a alimentação é algo que irá acompanhar a pessoa ao longo da vida e que tem uma importância tão grande em áreas fundamentais. Por que razão ainda não existe um programa de intervenção para ajudar pessoas autistas a aprenderem a cozinhar e a se alimentar de uma forma saúdavel? Numa altura em que assistimos a um boom de programas de cozinha e Masterchefs. Por que não haver uma cozinha para ajudar a trabalhar com pessoas autistas em diferentes fases da sua vida todas estas competências?

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