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Foto do escritorpedrorodrigues

Ready or not, here I come!

Preparados? Partida, largada, fugida! Passamos uma parte inicial da nossa vida a treinar para aquilo que nos espera pós terminar o Ensino Secundário. Uns treinam mais do que outros! Enquanto uns têm "treinadores" outros vêm-se a braços sem ajuda. Uns demonstram maiores dificuldades e necessidade de mais treinos. Mas uma coisa é certa, na altura da partida todos parecem desejar o mesmo!

Passamos a vida a ouvir falar das dificuldades e dos deficit existentes na Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) que nos esquecemos de parar para ouvir aquilo que os próprios desejam ou pensam sobre o seu futuro. Inferimos que alguma da aparente inércia e dificuldade nas escolhas possam significar que os mesmos não desejam continuar ou fazer o que quer que seja. Mas não é verdade. Se os atletas precisam de ouvir o seu treinador, nós também precisamos de ouvir os jovens com PEA.


O período de tempo que se inicia por volta dos 16 - 18 anos é de exploração e independência recém-descoberta para os jovens, nos quais a busca pela educação e emprego está inserida. Mesmo naqueles que desejam prosseguir para o Ensino Superior este tema passa a estar mais presente. Maior independência financeira e participação na educação e emprego pós-16 constituem áreas centrais de papéis adultos socialmente aceites e são parte integrante da qualidade de vida pós-escolar de um indivíduo. No entanto, para jovens com PEA e suas famílias esse pode ser um momento desafiador, pois muitas pessoas deixam o conforto do sistema educacional não totalmente preparados para a vida adulta na educação pós-secundária, para a vida profissional ou comunitária e com menos experiência em autonomia e independência do que o esperado da transição de jovens para a idade adulta.


Quando nos disponibilizámos para escutar o que os jovens com PEA dizem acerca de si próprios, do seus sonhos, desejos, receios, dúvidas, etc., espantem-se aqueles que pensam que não é dito nada- Eles gostariam de se tornar mais independentes em suas vidas quotidianas e reconhecer a importância das redes de apoio à sua disposição, como familiares, amigos e funcionários relevantes da escola. Eles também se preocupam em ser intimidados em seu novo ambiente e em perder amizades feitas na escola, trazendo ansiedade ao seu processo de transição. Sabe-se que o facto de começar na adolescência a debater estas questões é uma forma de empoderar os próprios a se tornarem mais capazes.


É fundamental ajudar a que estes e outros jovens possam sentir a possibilidade de realização dos seus sonhos an entrada da vida adulta. Um período já em si tão ameaçado por mudanças e que fragiliza os próprios é fundamental que haja a construção de redes de apoio, nomeadamente constituídas pelos pares para ajudar neste processo. Sob pena de aumentarmos a frustração já existente e activarmos a ansiedade presente num número significativo destes jovens com PEA. O receio de vir a perder as relações de amizade e o desconhecimento do "novo mundo" precisa de ser traduzido para os jovens. Há possibilidade de manter as relações e fazer novas mas também é possível conhecer o "novo mundo" antes mesmo de entrar nele.

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