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Foto do escritorpedrorodrigues

Sem bluff

Amanhã realiza-se o debate da nação na Assembleia da República, que se inicia presencialmente às 15h00 e é transmitido no canal Parlamento. Serão debatidos vários assuntos e de interesse nacional para uma maioria dos cidadãos. Desde a inflação, subida dos preços dos produtos alimentares e outros, rendas das habitações e dificuldade do acesso das pessoas a uma habitação, baixos salários, etc.


Poderíamos pensar que todos estes assuntos enumerados anteriormente dizem respeito a todos os cidadãos, correcto? Mas não dizem! Eu explico. Em teoria dizem respeito a todos, mas na prática as pessoas com deficiência ficam na sua grande maioria excluídos de quase todos eles. Isto porque, continua a haver uma larga maioria de pessoas com deficiência sem acesso ao mercado de trabalho, não obstante a Lei 4/2019 e outra legislação para promover o emprego protegido. Assim como se verificar que há cada vez mais todo um conjunto de pessoas com deficiência cada vez mais e melhor preparado para o mercado de trabalho. Já para não falar que é um direito de todos, o acesso igual ao direito ao trabalho. E o mesmo se pode colocar relativamente à habitação. Até porque se as pessoas com deficiência não estão a trabalhar, não podem ou conseguem ter acesso à habitação.


Além de todas estas questões de sobeja importância, há outras igualmente importantes. Por exemplo, quantas pessoas com deficiência estão representadas na Assembleia da República? E tendo em conta que esta pergunta é infelizmente de fácil resposta, pergunto como é que está a representação das pessoas com deficiência nas pessoas dos deputados e deputadas dos partidos políticos com assento parlamentar? E não se fiquem somente pela secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência Ana Sofia Antunes.


Questões como a Educação Inclusiva, seja ao longo da escolaridade obrigatória, e já agora não esquecendo a escola profissional que continua ainda hoje a vedar ou dificultar em muito a vida dos estudantes com este enquadramento de fazer um percurso educativo e formativo desejado. E no Ensino Superior, ainda que cada vez mais as Instituições estejam a adoptar uma politica de educação inclusiva, ainda continua muitas a não o conseguir fazer, seja a nível da Instituição, mas principalmente ao nível de determinados docentes e outros técnicos que não estão suficientemente sensibilizados para as pessoas com deficiência.


Nesta fotografia podem ver um grupo de jovens adultos, todos eles com o diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo a jogar cartas. E não duvidem que eles sabem fazer bluff, mas usam-no exclusivamente para o jogo de cartas e não em outros momentos e situações fundamentais da vida. Pode sempre aprender com eles!


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