Quando algumas vezes falo sobre a dança ou a possibilidade dos meus clientes virem a experimentar, alguns deles arregalam o sobrolho ou dão uma gargalhada. Por vezes, a reacção é algo semelhante ao que algumas pessoas não autistas têm quando se fala de pessoas autistas poderem vir a dançar ou ter alguma participação numa actividade cultural com exposição social.
Não que eu seja um grande dançarino, que não sou, mas gosto de dançar. E por vezes gosto de usar certas analogias do acto de dançar para aquilo que diz respeito às relações humanas. Seja o respeito pelo espaço do Outro, mas também do nosso próprio. Da noção de conforto e de à vontade com o corpo. Ou da confiança no outro em nos guiar ou da auto-confiança para guiar a outra pessoa naquele momento. São várias as questões que me ocorre entre a dança e as relações humanas, e que ao ter tido contacto com este filme fiquei maravilhado.
How to dance in Ohio é um filme documentário de 2015 da realizadora Alexandra Shiva. O filme acompanha um grupo de jovens adultos autistas em Columbus, Ohio, que se preparam para o seu primeiro baile de primavera. Com a orientação do seu conselheiro de grupo, Dr. Emilio Amigo, o grupo passa 12 semanas a praticar as suas capacidades sociais em preparação para o baile. O filme reporta uma história verdadeira acerca do centro que foi desenvolvido pelo Dr. Emilio Amigo para pessoas autistas.
Vão ver o filme. Mas aquilo que vos quero dizer, é que o filme foi adaptado para um musical na Broadway, e as personagens, que relembro, são personagens com um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo, são representadas por actores também eles autistas. Se forem a Nova York em Dezembro vão espreitar o musical que estreia no dia 10. E talvez venha de lá com algumas ideias diferentes.
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